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Intenção de consumo das famílias avança em junho pelo terceiro mês consecutivo 

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou um crescimento de 0,5% em junho, descontados os efeitos sazonais. Este é o terceiro aumento consecutivo do índice, conforme dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na comparação anual, a ICF subiu 5,1%, atingindo 102,2 pontos, o que a coloca na zona de otimismo. 

Estabilidade no acesso ao crédito 

Apesar do avanço na ICF, o subindicador que avalia a satisfação dos consumidores com o acesso ao crédito permaneceu estável em junho. Cerca de 31,4% dos entrevistados consideraram o acesso ao crédito mais fácil, mesmo percentual observado em maio. No entanto, a parcela de consumidores que acharam o crédito mais difícil de obter subiu para 37,8%, a maior desde julho de 2023. 

Diferentes impactos por faixa de renda 

O aumento da ICF foi mais expressivo entre famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos (0,6%), enquanto para aquelas com renda acima desse patamar o crescimento foi de 0,2%. A satisfação com o acesso ao crédito divergiu entre as faixas de renda, com um aumento de 0,8% para famílias de maior renda e uma queda de 0,3% para aquelas de menor renda. 

Perspectivas futuras e prudência 

José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, afirma que a necessidade de equilibrar crédito e a persistente inadimplência levam as famílias a serem cautelosas com seu consumo. Segundo Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, a taxa de inadimplência permanece próxima a 5,5% desde o início do ano, evidenciando o dilema dos consumidores entre fazer novas dívidas e pagar as existentes. 

Impacto das condições econômicas atuais 

O mercado de trabalho, que cresceu 3,8% em 12 meses até abril, tem influenciado positivamente o consumo. A satisfação com o emprego atual aumentou 3,6% em comparação anual, embora a perspectiva profissional tenha caído 2,3%. O subindicador de consumo atual das famílias subiu 1,5% em junho, mas apenas 36,5% dos consumidores esperam aumentar seu consumo nos próximos meses, a menor quantidade desde janeiro de 2023. 

Enchentes no Rio Grande do Sul 

No Rio Grande do Sul, a crise climática provocou uma queda de 23,3% na ICF em relação a junho do ano passado e uma diminuição de 3,4% em comparação ao mês anterior. Todos os indicadores estaduais mostraram quedas, principalmente na perspectiva profissional e na compra de duráveis, reflexo dos danos causados pelas enchentes de maio. 

Embora a Intenção de Consumo das Famílias esteja em uma trajetória de crescimento, o cenário econômico e o mercado de trabalho exigem cautela. A satisfação com o consumo atual é positiva, mas a perspectiva para os próximos meses é de prudência, especialmente em regiões afetadas por crises climáticas como o Rio Grande do Sul. 

Leia a análise completa aqui.  

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