A gigante Unilever Food Solutions reuniu, na Holanda, chefs de todo o mundo para apresentar o resultado de uma pesquisa feita com 1600 chefs que foi compilada e traduzida em oito macro tendências. Cada uma das correntes apresentadas pelo estudo foi ilustrada em exemplos servidos aos convidados do evento.
Conheça as 8 tendências dos menus do futuro:
- Gastronomia Botânica
Segundo o chef Emile van der Staak, proprietário do restaurante vegano The Nederland`s De Niewe Winkel, o conceito é unir ciência e técnicas culinárias para produzir especialidades à base de plantas que sejam idênticas às originais. Para ilustrar, ele serviu um patê feito de castanhas e uma manteiga sem laticínios. Além destas preparações que contaram bastante com a ajuda da ciência, os legumes brilharam assim como um cogumelo preparado com molho de soja fermentado por apenas 3 horas pelo uso de uma enzima específica. Segundo o cozinheiro, esse deverá ser o sucessor da gastronomia molecular.
- Comfort food modernizada
Ainda na linha dos substitutos vegetais para as proteínas animais, a proposição aqui é levar os alimentos veganos à mesa num aspecto mais familiar, como a fatia de bacon a base de plantas que tinha a mesma aparência da famosa barriga de porco.
- Mínimo desperdício
Especialista em fermentação, Christian Weij deu alguns exemplos de como ele usa a técnica ancestral para evitar que cascas de laranja e grãos de café, por exemplo, acabem no lixo. O maior exemplo apresentado (e experimentado) foram as pinhas de Natal que a família do chef fermenta por 1 ano. Segundo Weij, tomates verdes podem ser conservados por anos em solução fermentada e o pão poderia deixar de ser desperdiçado. De acordo com o especialista, 30% da produção mundial de pão é descartada, mas poderia ser facilmente transformado através do gerenciamento de como ele é decomposto por mofo e outros microrganismos.
- Puro e selvagem
A ênfase aqui é para as chamadas PANCs (Plantas Alimentares Não Convencionais), incluindo algas marinhas, bagas e verduras ainda pouco utilizadas, especialmente nos Estados Unidos. Van der Staak mencionou que seu restaurante cultivou um trecho selvagem de plantas, deixando-o voltar ao seu estado natural, o que chamou de “floresta alimentar”.
- Contraste de sabores
Para evitar que ingredientes conhecidos sejam descartados por se tornarem “sem graça”, a master chef holandesa Angelique Schmeinck mostrou como contrastes entre doce e salgado, crocante e macio podem ajudar nesta missão. A chef apresentou diversas opções de suas invenções como um Bloody Mary reduzido e servido como uma bolota para ser comido de colher e cenouras negras fatiadas em botões com sabor de bala. Esta coleção de itens familiares preparados de forma inovadora foi apresentada numa longa mesa branca, o que Schmeink chamou de “pintura de sabores”. Os participantes do evento eram convidados a provar as iguarias da mesa com uma colher e, a própria Angelique disse ter se surpreendido com a combinação de uma musse de frutos do mar com redução de maracujá.
- Comida para o bem-estar
Quais preparações podem fazer pelo corpo o que a comfort food modernizada faz para a alma? O foco é nas preparações que não sacrificam o sabor ao oferecer um excelente perfil nutricional ou incremento imunológico.
- Novo compartilhamento
Os chefs da própria Unilever apresentaram pratos partilhados como um robalo inteiro grelhado e fatiado com a ideia de que toda uma festa poderia compartilhar mergulhando em molhos apresentados nas bordas dos pratos, assim como lombo cozido acompanhado de diversos tubérculos e uma espécie de rosquinhas de batata para mergulhar nos sucos da carne.
- Proteínas conscientes
Aqui a ideia é substituir carnes por proteínas mais amigáveis para o planeta. Alguns dos ingredientes apresentados foram as alcachofras de Jerusalém além de preparações fora do comum com legumes, grãos e cogumelos para análogos familiares.