A pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) mostrou que hoje são mais de 1,66 milhão de pessoas trabalhando como entregadores ou motoristas de aplicativo. Entre os dados notou-se que a maioria tem ensino médio completo, é homem e tem mais de 30 anos. Para os entregadores, a idade média é de 33 anos enquanto para os motoristas esta sobe para 39.
Quase 2 terços dos entregadores já tinham uma ocupação antes de assumirem essas funções nos aplicativos, sendo que 31% deles continuaram com essas atividades prévias mesmo depois de iniciar o trabalho com entregas. Vinte e oito porcento deles procuravam um emprego.
No caso dos motoristas os números são maiores: 45% mantiveram atividades prévias depois de entrar para os aplicativos e 36% procuravam emprego. Segundo a pesquisa, hoje 63% dos motoristas e 52% dos entregadores têm sua fonte de renda exclusivamente com aplicativos. E os números se invertem quando perguntados se querem continuar trabalhando com apps: 63% dos entregadores e 54% dos motoristas afirmaram querer continuar nesta atividade.
Considerando a alta variação de jornada e o fato de alguns usarem as plataformas de forma exclusiva e outros como complementação de renda, a pesquisa fez uma estimativa de tempo médio de trabalho por semana. Para os motoristas a média ficou entre 22 e 31 horas semanais. Já para entregadores a média é de 13 a 17 horas semanais.
Quanto à remuneração média mensal, considerando o salário-mínimo vigente no período de coleta dos dados (R$1.212), motoristas e entregadores recebem mais que o praticado no mercado com o mesmo perfil socioeducacional em jornadas integrais de 40 horas semanais. A renda líquida média de motoristas varia entre R$2.925 e R$4.756, já para entregadores os valores variam entre R$1.980 e R$3.039
A pesquisa “Mobilidade urbana e logística de entregas: um panorama sobre o trabalho de motoristas e entregadores com aplicativos” foi realizada entre agosto e novembro de 2022 utilizando informações fornecidas pelas empresas iFood, Uber, 99 e Zé Dleivery e entrevistou 3.025 pessoas. O índice de confiança é de 95% e o erro amostral de 2,5%
Fontes: G1, Valor Econômico, Folha de São Paulo e O Globo.
