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Nova pesquisa ANR aponta que mais de 76% dos estabelecimentos já demitiram na crise

Um novo levantamento da ANR, realizado entre os dias 9 e 15 de abril, mostrou que houve um aumento no número de estabelecimentos que precisou demitir colaboradores em razão da crise do coronavírus. Agora, mais de 76% dos entrevistados afirmam que já enxugaram o quadro de funcionários para conseguir manter o negócio. Até o fim de março, o número de bares e restaurantes que tinham demitido era de 62%.

A ANR representa mais de 9 mil pontos comerciais do país, entre redes, franquias e restaurantes independentes. O setor empregava antes da crise cerca de 6 milhões de trabalhadores e faturava R$ 400 bilhões anualmente até 2019. A estimativa da entidade é que cerca de 1 milhão de postos de trabalho já tenham sido cortados desde março.

Em seu novo levantamento, a ANR perguntou também se as empresas iriam conseguir manter o negócio aberto após a pandemia. 78% disseram que sim, enquanto 22% afirmaram que não deverão reabrir. O número mostra uma
alta em relação à pesquisa anterior, quando 16% afirmavam que iriam fechar as portas em definitivo.

Para o presidente da ANR, Cristiano Melles, esses dados mostram que, apesar do esforço da equipe econômica para amenizar o impacto da crise no setor, as medidas ainda são insuficientes. “Neste momento estamos empenhados em convencer deputados e senadores, e também o Ministério da Economia a ampliar os prazos da MP dos Salários”, afirma Melles.

Trata-se de uma referência à MP 936, que tramita hoje no Congresso. A ANR defende aumentar de 60 para 120 dias o prazo para suspensão de contratos e de 90 para 150 dias para redução de jornada.

FOLHA DE PAGAMENTO

A ANR perguntou ainda se as empresas conseguiram realizar normalmente o pagamento dos salários no quinto dia útil de abril (referente a março). 77% afirmaram positivamente. Desse total, 76% disseram que os recursos saíram
do próprio caixa da empresa. Em relação à folha de pagamento de abril, com vencimento no quinto dia útil de maio, a maioria (76%) afirmou que só conseguirá efetuar os pagamentos por meio dos acordos permitidos pela MP 936.

Mesmo com 65% das empresas operando com delivery, drive-thru ou entregas na porta, 65% tiveram queda de faturamento superior a 70% em março em comparação da segunda para a primeira quinzena do mês. Outros 18%
tiveram quedas entre 31 e 50%.

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