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Nova pesquisa ANR: 85% dos bares e restaurantes que pediram empréstimos tiveram propostas recusadas

A conquista de crédito por bares e restaurantes tem se transformado em um novo ponto de atenção para o setor. A terceira pesquisa da Associação Nacional de Restaurantes (ANR) da série Covid-19 apontou que 85% das empresas que fizeram pedidos de empréstimo para instituições financeiras tiveram propostas recusadas. O levantamento foi realizado com os associados da ANR de 10 a 14 de maio.

Para o presidente da ANR, Cristiano Melles, a questão do crédito passou a ser um grande problema, uma vez que antes da pandemia muitas empresas recorriam à antecipação de recebíveis de cartão. “Muitos empresários estão relatando uma série de dificuldades nessa área, o que prejudica ainda mais o setor”, afirma.

A nova pesquisa apontou que 3 entre cada 4 empresas já demitiram parte dos seus funcionários (76,9%). A ANR estima que cerca de 1 milhão de pessoas já perderam o emprego no setor desde o início da crise. 21% das empresas que participaram também afirmam que não devem conseguir manter seus negócios após a crise. O setor tem cerca de 1 milhão de empresas em todo o país, de acordo com a ANR. Até 200 mil podem fechar, segundo a entidade, principalmente entre micro e pequenas, sem acesso a crédito.

Um novo dado trazido pela pesquisa dá a dimensão da crise no setor: 32% das empresas entrevistadas com mais de uma loja afirmaram que já tiveram que fechar algumas unidades em definitivo.

FRENTES DE TRABALHO
A principal bandeira da ANR nesse momento, segundo Melles, continua sendo a ampliação dos prazos da MP dos Salários (MP 936). A entidade defende a extensão dos prazos de 60 para 120 dias para suspensão de contratos e de 90 para 150 dias para redução de jornada. 78% dos entrevistados na atual pesquisa responderam que fizeram uso da MP dos Salários para conseguir pagar a folha de pagamento de abril.

Sobre a folha de pagamento de maio, a ser paga no quinto dia útil de junho, 68,45% afirmaram que não dispõem de recursos do caixa para os salários e terão que recorrer a empréstimos de bancos ou novas linhas de crédito.

Outra frente de atuação da entidade é a defesa pela redução das taxas cobradas pelos aplicativos de delivery, um dos únicos meios de receita para bares e restaurantes hoje, ao lado dos serviços de drive-thru e retirada no balcão. Na pesquisa também foi perguntado sobre o faturamento dos restaurantes após a crise. 40% dos entrevistados disseram que, apenas com delivery, não chegam a faturar nem 10% da receita antes da crise. Outros 29% faturam hoje de 11% a 30%.

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