O Desempenho do PIB no Primeiro Trimestre
No início deste ano, o PIB surpreendeu ao apresentar um crescimento de 1,9% no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores. Além disso, em comparação com o primeiro trimestre de 2022, o salto foi de 4%, indicando uma recuperação consistente. Esses resultados impulsionaram otimismo e projeções iniciais promissoras para o segundo trimestre.
A projeção mediana do Focus, uma pesquisa realizada pelo Banco Central com analistas, indicava um crescimento de 0,7% no início do ano. Entretanto, na última coleta, essa projeção foi revista para 2,35%, o que apontava para uma recuperação mais robusta da economia.
Indicadores Antecedentes e Desaceleração no Segundo Trimestre
Entretanto, os dados oficiais da atividade econômica em maio trouxeram sinais de alerta. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou uma queda de 2% na comparação dessazonalizada com abril. Além disso, o Monitor do PIB, da FGV, apontou uma retração de 3% no mesmo período.
Esses indicadores antecedentes indicam que o PIB brasileiro desacelerou significativamente no segundo trimestre deste ano. Contudo, é importante ressaltar que essa retração ainda foi em um ritmo inferior ao previsto inicialmente, o que pode ser encarado como uma boa notícia em meio a um cenário de incertezas econômicas.
Setores Responsáveis pela Desaceleração
Uma análise mais aprofundada aponta que boa parte da frustração na atividade econômica veio do setor agro, que foi o grande responsável pelo crescimento inesperado no primeiro quadrimestre. Essa queda nos resultados desse setor acabou por colocar “uma certa ordem na casa”, como destaca o economista Rodrigo Nishida, da LCA Consultores.
Além disso, a indústria de transformação também apresentou uma trajetória de queda, embora não acentuada. Isso se deve, em parte, à contração de bens de capital, que é influenciada por cenários de juros altos, mudanças regulatórias e tecnológicas, que impactam a produção de caminhões e ônibus.
Resiliência do Setor de Serviços
Apesar da desaceleração em alguns setores, o setor de serviços se destaca pela sua resiliência. Mesmo com o Índice de Atividade do Setor de Serviços (Idat-Serviços) apontando estabilidade em junho, a perspectiva é de alta, principalmente nos serviços prestados às famílias. Essa alta é reflexo de mudanças no perfil de consumo e do bom desempenho do atacarejo, especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumos.
Perspectivas para o Restante do Ano
Com base nos indicadores antecedentes, muitos economistas projetam um crescimento zero do PIB no segundo trimestre, na comparação com o primeiro. As perspectivas para a indústria e agricultura nos próximos meses são importantes para avaliar a dinâmica econômica do país e as possíveis oportunidades e desafios para o setor de restaurantes e foodservice.