‘’A solução para a crise do metanol está na fiscalização, não em novas leis” afirma Erik Momo, Presidente da ANR e CEO da Pizzeria 1900 em entrevista ao DC News

Data de publicação: 29 de outubro de 2025
Em entrevista, o presidente da Associação Nacional de Restaurantes afirmou que poder público tem dados para coibir adulterações, mas não age de forma preventiva; reforma tributária e crise de mão de obra também foram temas do debate.
A crise de contaminação por metanol em bebidas alcoólicas, que afetou a confiança do consumidor e atingiu em cheio o setor de bares e restaurantes, foi o centro das observações de Erik Momo, em entrevista ao programa DC News Talks. Momo sinaliza ao atribuir a raiz do problema à falta de fiscalização do poder público, defendendo que a solução não está em novas leis, mas na aplicação efetiva das que já existem.
“Não é de hoje que as adulterações existem. Essa é a crítica que temos com relação ao poder público”, declarou, relembrando casos passados. “Se o poder público de fato fizer o que ele deve fazer, que é fiscalizar o que já está regulamentado, a gente consegue operar com mais segurança”.
O presidente da ANR destacou que os órgãos estaduais, como a Secretaria da Fazenda, já possuem ferramentas que podem identificar irregularidades de forma preventiva. “Os sistemas hoje da Secretaria da Fazenda devem apontar o que eu compro de bebida alcoólica e o que eu tô vendendo, porque a tributação é em cima dos produtos. Você tem a especificação do item vendido. É fácil saber. Quem tem muita discrepância em alguma coisa, tem algo de errado”, explicou. “O cara tem um CNPJ de bar, está localizado em um ponto comercial, não compra nenhuma bebida alcoólica com nota fiscal e não vende? Vale ir até o local e dar uma olhada”.
Momo enfatizou que a ANR tem atuado na orientação de seus associados. A associação promove treinamentos para equipes, incentiva a compra de produtos apenas de distribuidores oficiais com nota fiscal e orienta sobre os riscos de aceitar mercadorias de origem duvidosa, e destaca que a fiscalização recorrente é essencial para coibir a concorrência desleal e garantir a segurança do consumidor.
Além da pauta central do metanol, a entrevista abordou outros desafios do setor:
Crise de Mão de Obra: Momo apontou a dificuldade em atrair profissionais como o “mais complexo” problema crônico, agravado pela concorrência com plataformas como Uber e iFood. A solução, segundo ele, está em tornar as empresas do setor mais atrativas, com melhores ambientes de trabalho e remuneração.
Reforma Tributária: Sobre a reforma, o posicionamento foi de cautela. Momo afirmou que a ANR trabalhou na defesa de uma tributação reduzida na cadeia “do campo à mesa”, mas que a transição é um período de incertezas. A associação planeja orientar seus associados com cartilhas e eventos.
Futuro e Eficiência: Questionado sobre automação e inteligência artificial, vê a tecnologia como uma evolução natural. Para ele, o segredo do lucro no setor está na eficiência operacional, com um controle rigoroso de custos para garantir margens sustentáveis.
Erik Momo encerra reforçando a importância do associativismo e convida donos de restaurantes a se filiarem à ANR para fortalecer a representação do setor perante o poder público. A mensagem final é de que, com eficiência, formalidade e trabalho conjunto, o setor de alimentação pode prosperar e superar seus desafios.
Assista a entrevista completa clique aqui.



