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Future Tank, parceira da ANR, analisa impactos da inflação no Setor de Alimentação

A Associação Nacional dos Restaurantes (ANR), em colaboração com a Future Tank, divulgou um estudo que destaca a alta de 3,4% na Alimentação fora do domicílio nos primeiros seis meses do ano, superando a inflação acumulada de 2,9%. 

A inflação em julho foi observada em cinco dos nove grupos pesquisados. Três destes puxaram o resultado no mês:  

  • Transportes (+1,5%) 
  •  Despesas Pessoais (+0,4%)  
  • Saúde e cuidados pessoais (+0,3%).  

O primeiro foi impactado pelo aumento do preço da gasolina (+4,8%), do gás veicular (+3,9%) e da passagem aérea (+5,0%). O segundo pela alta dos serviços bancários (+0,4%), hospedagem (+1,1%) e pacote turísticos (+1,1%). O terceiro pelos reajustes dos planos de saúde (+0,8%), serviços médicos e dentários (+0,5%) e serviços laboratoriais e hospitalares (+0,7%).  

Por outro lado, outros três grupos apresentaram deflação em julho: 

  • Habitação (-1,0%) 
  • Vestuário (- 0,2%)  
  • Alimentação e bebidas (-0,5%) 

 O primeiro puxado pela queda no preço da energia elétrica (- 3,9%) e do gás de botijão (-1,0%). O segundo pela diminuição do preço da roupa feminina (-0,4%), dos calçados e acessórios (-0,5%) e da roupa infantil (-0,7%). O grupo “Alimentação e bebidas” foi impactado, sobretudo, pela redução nos preços da Alimentação em domicílio (-0,7%).  

Em sentido contrário, o subgrupo de Alimentação fora do domicílio, consumido sobretudo em Restaurantes e bares, registrou inflação em julho no Brasil (+0,2%). Apesar de positivo, foi o menor índice do ano, acompanhando a baixa inflação da refeição (+0,2%) e de lanche, (+0,5%), também as menores do ano.  

Na média, os Serviços tiveram inflação em julho (+0,3%) puxada por aluguel de veículo (+10%) e passagem aérea (+5,0%). 

No acumulado do ano até julho, a inflação de Alimentação fora do domicílio (+3,6%) ficou acima da inflação geral brasileira (+3,0%). Esse ano, nos bares e restaurantes brasileiros, enquanto o preço do lanche (+5,7%) aumentou mais que a média geral de preços, o preço da refeição (+2,7%) variou menos, mas ambos estão mais caros que em dezembro de 2022.  

A inflação acumulada em sete meses no Brasil já se aproxima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para todo ano de 2023 (+3,25%).  

A atual aposta do mercado financeiro, segundo a pesquisa Focus do Banco Central do Brasil (Bacen), é que o IPCA Brasil encerre 2023 (+4,84%) acima da meta e do teto do intervalo de tolerância (+4,75%), pelo terceiro ano consecutivo. Cabe destacar que, como o resultado da inflação de julho (+0,12%) veio abaixo das expectativas (+0,07%), essa projeção deve poderá revisada para cima nas próximas semanas. Todavia, diante do cenário já cristalizado de estouro da inflação em 2023, o Bacen já centra seus esforços de política monetária na meta de inflação de 2024 (+3,0%).  

A atual aposta do mercado financeiro é que o IPCA Brasil encerre 2024 (+3,88%) abaixo do teto do intervalo de tolerância (+4,5%). Previsão de inflação dentro da meta para 2024, ainda que na margem de tolerância, implica em perspectiva de taxa de juros elevadas por menos tempo, desonerando assim a produção, os investimentos e, por conseguinte, a geração de emprego e renda no país.  

A expectativa atual é que a SELIC, que começou a diminuir na reunião do Copom de agosto, siga esta trajetória de cortes até o final do 1º semestre de 2024. Dessa forma, deve encerrar 2023 (11,75%) novamente na casa de dois dígitos, mas abaixo desse patamar já em 2024 (9,0%).

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