Seminário promovido pela Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) mostra que Reforma Tributária pode elevar carga sobre serviços em 207%
Na 3ª feira dia 20 de junho a CACB reuniu Presidentes de Federações e Associações Comerciais e Empresariais, governo e entidades de classe empresarial para discutir a Reforma Tributária. O diretor executivo da ANR e presidente do SindRio, Fernando Blower, representando a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), participou da mesa sobre Posicionamentos setoriais frente aos impactos da Reforma junto com Fábio Bentes, economista da CNC, Andrea Cavalcanti, relações institucionais da CNT, Renato Conchon, coordenador econômico da CNA, Ely Wertheim, presidente do SECOVI/SP e João Galassi, presidente da ABRAS.
Durante os debates, ficou clara a preocupação dos representantes do setor e do agronegócio com a alta de carga tributária na reforma. A estimativa apresentada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é de que a proposta de reforma tributária pode aumentar a carga para o setor, que inclui educação, saúde e serviços financeiros em R$200 bilhões por ano, o equivalente a 207%. Já a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) alertou para a oneração deste setor que pode elevar o custo da cesta básica em 22% o que gera impactos na inflação.
Fernando Blower apresentou um panorama do setor de Alimentação e Hospedagem, dados econômicos e a situação que se apresenta deixando claro que o setor não conseguirá absorver os impactos da reforma e, portanto, é necessário pensar numa alíquota especial para o alimento do campo até a mesa dos restaurantes.
Apesar da proposta de reforma incluir “cashback” em seus estudos, tanto Fábio Bentes, como Renato Conchon fizeram críticas pois acreditam que o impacto será pequeno. Caso adote-se o modelo defendido pelo governo federal, seguindo o existente no Rio Grande do Sul, o cashback seria de 33 bilhões de reais enquanto a desoneração da cesta básica custa 16 bilhões.
Além da discussão sobre o possível aumento da carga tributária, tanto os líderes empresariais quanto parlamentares se queixaram da falta de discussão sobre a proposta com os setores econômicos.