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Sanduíche bauru é declarado patrimônio cultural imaterial de Bauru 

O tradicional sanduíche bauru, ícone da gastronomia brasileira, foi oficialmente reconhecido como patrimônio cultural imaterial da cidade de Bauru, no interior de São Paulo. A decisão, anunciada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Bauru (Codepac), celebra a importância histórica e cultural do lanche, que agora está registrado no Livro de Registro de Saberes na categoria “Modo de Fazer”. 

A história do sanduíche bauru 

Apesar do nome, o sanduíche não teve origem na cidade de Bauru, mas em São Paulo, na década de 1930. O responsável pela criação foi Casemiro Pinto Neto, um estudante de direito conhecido como “Bauru” pelos amigos. Frequentador assíduo do famoso bar Ponto Chic, Casemiro pediu ao atendente um sanduíche personalizado com pão francês sem miolo, queijo derretido, rosbife e tomate. O lanche logo ganhou popularidade entre os clientes, tornando-se um dos carros-chefes do cardápio do bar. 

Nos anos 1990, a cidade de Bauru oficializou a receita original do sanduíche por meio da Lei Municipal 4314, de 1998. Desde então, o sanduíche bauru é considerado um símbolo da cidade, com direito até a uma estátua, o “Bauruzinho”, que hoje está exposta no Terminal Rodoviário de Bauru. 

O registro como patrimônio cultural 

O reconhecimento do sanduíche bauru como patrimônio imaterial de Bauru complementa o título de patrimônio cultural imaterial do estado de São Paulo, conquistado em 2018. A decisão visa preservar a receita original e a história do lanche, permitindo que futuras gerações conheçam sua relevância cultural. 

Durante o processo de registro, uma questão curiosa foi debatida: a inclusão do picles na receita. Embora o picles seja hoje um elemento comum no sanduíche, ele não fazia parte da versão original criada por Casemiro Pinto Neto. O ingrediente foi adicionado na década de 1950, influenciado pelo fast food norte-americano. Assim, a receita tombada considera o picles como uma variação posterior. 

Garantia da tradição 

Para preservar a autenticidade do sanduíche, o Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedecon) emitem certificados para estabelecimentos que preparam o lanche conforme a receita original. Esses certificados são renovados a cada dois anos, garantindo que a tradição permaneça viva. 

Um ícone da cultura gastronômica 

O reconhecimento do sanduíche bauru como patrimônio cultural imaterial reforça sua importância na gastronomia brasileira. Mais do que um simples lanche, o bauru representa uma combinação de criatividade, história e sabor, consolidando-se como um símbolo cultural que transcende gerações. 

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