O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre de 2023 foi de 0,9%, marcando o oitavo trimestre consecutivo de expansão, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Continuidade no Crescimento Econômico
Após um aumento de 1,8% no primeiro trimestre deste ano, impulsionado principalmente pela agropecuária, o segundo trimestre também mostrou números positivos. Embora a agropecuária tenha experimentado uma redução de 0,9%, é importante notar que essa queda ocorreu após um aumento expressivo de 21% no trimestre anterior.
Desempenho por Setor
- Serviços: 0,6%
- Indústria: 0,9%
- Agropecuária: -0,9%
- Consumo das Famílias: 0,9%
- Consumo do Governo: 0,7%
- Investimentos: 0,1%
- Exportações: 2,9%
- Importações: 4,5%
O setor de serviços, que representa 70% do PIB brasileiro, e a indústria foram os principais contribuintes para o crescimento.
Valores Correntes
O PIB em valores correntes alcançou R$ 2,651 trilhões, com R$ 2,315 trilhões provenientes de Valor Adicionado (VA) e R$ 335,7 bilhões de impostos líquidos.
Comparativo Anual
Em relação ao mesmo trimestre de 2022, o PIB brasileiro teve alta de 3,4%. A alta acumulada em quatro trimestres foi de 3,2%, e o crescimento no primeiro semestre de 2023 foi de 3,7%.
Fatores de Destaque
A agropecuária mostrou um crescimento anual de 17%, liderando entre todos os setores. De acordo com o IBGE, houve bons desempenhos especialmente em culturas de soja, o milho, o algodão e café. A agropecuária representa cerca de 8% do PIB nacional.
A indústria extrativa teve um aumento de 8,8%, sustentado principalmente pela cadeia de petróleo e minérios.
O setor de serviços viu um aumento nas atividades financeiras e de seguros de 6,9%, impulsionado por uma demanda crescente por seguros. Informação e comunicação (3,8%), Transporte, armazenagem e correio (3,4%), Atividades imobiliárias (2,8%), outras atividades de serviços (2,4%) também tiveram altas relevantes. Em Transporte, por exemplo, a própria safra recorde do agro e logística de e-commerces favoreceram o resultado.
Consumo e Incentivos Fiscais
O gasto das famílias viu um aumento no trimestre (0,9%) e também em comparação ao ano anterior (3%), impulsionado por medidas fiscais tanto de administrações passadas quanto da atual. Entre os fatores mais notáveis estão as reduções de preço em veículos compactos e as atualizações no valor do Bolsa Família. Especificamente, a iniciativa de oferecer descontos em carros de pequeno porte foi uma política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com abatimentos variando de R$ 2 mil a R$ 8 mil para automóveis com valor máximo de R$ 120 mil. Esse incentivo resultou na venda de mais de 125 mil carros em apenas um mês, durante o período de junho a julho.
Investimentos e Consumo do Governo
O consumo governamental cresceu 0,7% no último trimestre, marcando o quarto aumento consecutivo e uma elevação de 2,9% em comparação anual. Este crescimento foi impulsionado por investimentos em saúde pública e projetos de infraestrutura.
No entanto, os investimentos, chamados pelo IBGE de Formação Bruta de Capital Fixo, se mantiveram estáveis no trimestre, mas caíram 2,6% no ano. Este é o único setor do PIB com desempenho negativo, atribuído à redução na produção de bens de capital. A taxa de investimento foi de 17,2%, abaixo dos 18,3% do mesmo período do ano anterior.
Projeções e Expectativas
As projeções iniciais do mercado financeiro apontavam para um crescimento de apenas 0,3% neste trimestre, tornando o resultado atual uma surpresa positiva. As expectativas para o ano inteiro de 2023 indicam um crescimento de 2,31%.