Com aumento de restrições, ANR prevê novas demissões e fechamentos
O governo de São Paulo anunciou na última quinta-feira (11) o endurecimento das medidas restritivas em todo o estado para conter o avanço da Covid-19. Denominada de Fase Emergencial, a nova etapa incorporada ao Plano SP – que rege o funcionamento da economia durante a pandemia – proíbe, por exemplo, a retirada de alimentos em restaurantes (take away). Serão permitidos apenas os serviços de delivery (durante todo o dia) e drive-thru (das 5h às 20h).
Em entrevista à Folha de S. Paulo na última quinta-feira, o presidente da ANR, Cristiano Melles, afirmou que os empresários do setor estão com dificuldades para pagar salários. De acordo com levantamento da entidade, 80% dos empresários afirmam que terão problemas para a folha de abril.
Segundo o diretor Executivo da entidade, Fernando Blower, as novas restrições vão ter grande impacto sobre o setor que já vive um momento delicado. “É possível que tenhamos um agravamento das demissões e falências, caso não haja apoio do poder público. Entendemos que o país passa por uma situação complicada, que exige atenção de todas as esferas, mas precisamos que o governo cumpra seu papel em todos os âmbitos”, afirma Fernando Blower, diretor Executivo da ANR e presidente do SindRio.
A entidade espera que o poder público ajude a salvar a economia e preservar empresas e empregos por meio de uma série de ações, como novas linhas de crédito com juros baixos e perdão de tributos. “Especialmente em São Paulo, também aguardamos a volta do regime do ICMS praticado nos últimos anos, com o fim do reajuste de 15% em vigor desde 1º de janeiro de 2021”, afirma Blower.
Entre outras restrições, o governo estabeleceu que entre 20h e 5h será instituído o toque de recolher em todo o estado. Durante a Fase Emergencial, a frequência em praias e parques está proibida, bem como realizações de cerimônias religiosas coletivas.
Diante do anúncio do governo de São Paulo, a Associação Nacional de Restaurantes tem o seguinte posicionamento:
• A ANR entende que todo o país passa por um momento muito delicado com a expansão da Covid-19, seja no número de casos, óbitos e ocupação de UTIs – uma situação que exige novas medidas por parte do Estado, em todas as esferas, sejam elas municipais, estaduais e federais;
• Importante ressaltar, também, que a maioria das empresas do setores – restaurantes, cafés, quiosques, lanchonetes e outros – está em colapso, o que já começa a levar a uma nova onda de demissões e falências;
• Diante desse cenário, a ANR espera que o poder público cumpra seu papel para salvar a economia e preservar empresas e empregos por meio de uma série de ações como:
1. Reedição de leis que permitiam a suspensão de contratos e redução de jornadas; tal como a MP 936, de 2020;
2. Novas linhas de crédito com juros baixos;
3. Perdão de tributos;
4. Refinanciamento de dívidas e empréstimos;
5. Adoção de um plano claro de fomento ao setor da alimentação fora do lar, a exemplo do que fizeram vários países em todo o mundo;
6. Em São Paulo, especialmente, soma-se às reivindicações do setor a volta do regime do ICMS praticado nos últimos anos, com o fim do reajuste de 15% em vigor desde 1º de janeiro de 2021.
Por fim, a ANR espera que a vacinação avance rapidamente para que toda a população brasileira seja imunizada na maior brevidade possível.