ANR e SindRio discutem perspectivas de bares e restaurantes no Brasil
Na última quinta-feira (7), Cristiano Melles, presidente da ANR, participou de live promovida pelo SindRio (Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro), para debater os impactos da COVID-19 no setor. O encontro,
realizado via Instagram, foi apresentado por Fernando Blower, presidente do SindRio, e teve o objetivo de discutir o cenário e as perspectivas do setor de bares e restaurantes no Brasil.
“Estamos enfrentando uma crise sem precedentes. Os estabelecimentos estão fechados, sem capital de giro e com muitas dúvidas sobre a questão da reabertura. Nesse cenário, a ANR possui a responsabilidade de ser a voz de seus associados. Nosso setor é formado por muitas pequenas e médias empresas, que possuem pouco acesso ao crédito”, declarou Melles.
Questionado por Blower sobre a MP dos Salários, que possibilitou a suspensão de contratos, e a redução de salários e jornada de trabalho, o presidente da ANR foi enfático quanto ao pleito para prorrogação dos prazos estipulados pela medida. “É algo que tem que acontecer. Nosso setor é primeiro a dar oportuinidade para milhares de jovens. Eram seis milhões de empregados e mais de 1 milhão já perderam suas vagas, infelizmente. Sem a ampliação do prazo de vigência para 120 dias no caso de suspensão de contratos e para 150 dias nos casos de redução de jornada, teremos ainda mais demissões, pois não será possível ter recusos para a folha salarial”, afirmou.
Para Melles, essa ajuda não é para arcar com o salário do sócio ou de colaboradores do alto e médio escalão. “Isso é para dar sustentação ao emprego da base”. O presidente da ANR ainda lembrou que em países onde a reabertura aconteceu (China, por exemplo) os estabelecimentos não atingiram 40% das vendas. “A preocupação é grande por aqui. Fica complicado para um setor em que mais de 90% dos players não estão com acesso ao crédito e que possui uma rentabilidade média de 9%, reabrir e faturar 60%, 70% a menos”.
Nesse ponto, Blower ressaltou a questão do preço dos produtos oferecidos, algo que pode ser muito relevante quando houver a reabertura, uma vez que as pessoas estarão com o orçamento comprometido. “A renda disponível estará
menor, por conta disso, acredito que o preço será sim uma variável importante na tomada de decisão do consumidor”, concordou Melles.
Outra questão discutida foram as altas taxas cobradas pelos aplicativos de delivery. “O que vemos é praticamentre um duopólio nesse setor, embora apenas um player tenha mais de 70% do mercado. Nós estamos lutando para
que as taxas baixem”, afirmou o presidente da ANR. Durante a live, também foram discutidos temas como capital de giro para restaurantes, treinamentos durante a pandemia, alternativa para os restaurantes que possuem o buffet
como principal atividade, entre outros.