ANR avalia o futuro do food service em painel da ABF Week 2020
Após oito meses de pandemia, o futuro da alimentação fora do lar ainda continua incerto. Mesmo após a retomada lenta e gradual, o setor
segue como um dos mais afetados pela crise, dependendo de um apoio ainda maior do poder público para evitar novas demissões e fechamentos. Este foi o ponto central discutido por Cristiano Melles, presidente da ANR, e Fernando Blower, diretor Executivo da entidade e presidente do SindRio, durante painel na ABF Franchising Week 2020, realizada de forma virtual na última semana.
Ao lado de outros líderes do food service, Melles e Blower analisaram todo o trabalho realizado até aqui para manter os estabelecimentos fun-
cionando com o menor impacto possível e abordaram as projeções para os próximos meses. “Temos um diálogo com os aplicativos de intermediação de delivery, mas a relação está desequilibrada. Por conta da pandemia, pratica-
mente não existe a possibilidade de bares e restaurantes não estarem inseridos nas plataformas. Esse ajuste está entre nossas principais demandas”, afirmou o presidente da ANR.
Já Blower falou sobre a situação do setor no Rio de Janeiro. “O Estado vem, desde 2017, enfrentando uma grave crise econômica. O setor, mesmo antes da pandemia, já vinha sofrendo com a crise. Apenas na capital, 17 mil
postos de trabalho formais no segmento de alimentação foram fechados. Também tem a questão da inflação, pois ela achata ainda mais nossas margens”, lembrou.
Reforma tributária
Ricardo Bomeny, CEO da BFFC (Brazil Fast Food Corp.) e presidente do Conselho de Associados da ABF, defendeu a importância da Reforma Tributária. “Infelizmente, ela não deve sair em 2020, mas, certamente, será benéfica para todos os brasileiros. É importante ver como vai ficar a questão do SIMPLES, uma vez que muitas empresas do setor se enquadram nesse regime”, afirmou.
No cenário de aproximação com o governo, Cristiano Melles destacou a união das entidades. “Capitaneamos a MP 936 (MP dos Salários) e conseguimos salvar milhares de empregos. O diálogo com o poder público ganha ainda mais força quando as associações estão unidas e alinhadas. Cabe a nós, agora, mostrar às autoridades que o setor precisa de mais apoio. A
MP 936 está para acabar e temos diversos pleitos. Com trabalho e união, certamente, será possível minimizar os impactos da crise e buscar uma retomada em 2021”, finalizou.
Também participaram do painel Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, Ely Mizrahi, presidente do Instituto Foodservice Brasil, e Alexandre Sampaio de Abreu, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação.