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A indústria de alimentos alerta para novos aumentos de preços

A invasão russa na Ucrânia fez os preços de grãos e outros itens básicos, bem como do custo da energia, atingirem recordes. Quase um ano depois, o índice de custos de commodities alimentares das Nações Unidas caiu pelo décimo mês consecutivo, o mais longo período de queda em pelo menos 33 anos, contrastando com a inflação dos alimentos que vem agravando a crise de custo de vida dos consumidores ao redor do mundo. 

Mesmo com a desvalorização de commodities como óleo de palma e laticínios, executivos da indústria de alimentos alertam para mais aumentos de preços. Essa dissonância mostra o intervalo para que os preços do produtor se reflitam nos custos das famílias. Além disso, os produtos alimentares representam uma pequena parte dos custos de produção de itens como cereais. 

É o que acontece, por exemplo, com o pão. O transporte e moagem do trigo, produção e fornada do pão, embalagem e abastecimento de supermercados tem custo muito maior que o do trigo, que representa até um décimo do custo total. 

Segundo o CEO da Unilever, Alan Jope, a inflação atingiu o pico, mas os preços dos alimentos não. Já o diretor financeiro da Nestlé, François-Xavier Roger, acredita que a inflação persistirá no primeiro semestre deste ano com algum alívio no segundo.  

Apesar de alguns preços mostrarem desaceleração com a inflação de alimentos com menores altas nos últimos meses, para países de baixa e média renda particularmente atingidos pela sua alta, ainda não há motivos para ânimo. No início do mês o Banco Mundial disse que a junção entre encolhimento das reservas cambiais, desvalorização das moedas locais e pressões da dívida minam as economias. 

Em entrevista, o economista da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Erin Collier, afirmou que “ainda há riscos” e que “os preços caíram, mas ainda estão altos e parecem firmes”. 

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