Startup fundada por 3 amigos de faculdade replica o trabalho de chefs famosos expandindo o acesso a pratos exclusivos. A ideia surgiu com o pensamento de que seria incrível gravar o sabor como se grava uma música. Segundo o CEO e um dos sócios da CloudChef, o engenheiro Nikhil Abraham, “se você pode gravar e reproduzir um sabor, você pode comer de qualquer lugar do mundo”.
O objetivo é permitir a produção em massa de pratos exclusivos ainda podendo dar aos chefs uma nova forma de monetizar suas criações. Para isso, Nikhil com seus colegas Atish Aloor e Mohit Shah usaram sensores infravermelhos e câmeras para gravar o preparo de um prato para depois traduzir de forma que um software possa dizer a outra pessoa como fazer.
Apesar da resistência inicial dos chefs que não acreditavam que isso seria possível, o trio seguiu com a ideia levando um chef para cozinhar na cozinha deles aplicando a tecnologia. Após os preparos, fizeram testes às cegas e os chefs não foram capazes de distinguir suas criações das cópias automatizadas.
Com isso, a tecnologia se tornou a base da CloudChef, um restaurante conceito, high-tech aberto em Palo Alto no dia 31 de janeiro. Atendendo delivery e retirada, o restaurante oferece pratos de restaurantes de Dubai e Mumbai além de uma seleção feita por Thomas Zacharias, o chef da Bombay Canteen que recusou a ideia lá no início do projeto dos então estudantes do Instituto de Tecnologia Indiano, em Bombay.
O processo começa com a gravação de cada prato feita na cozinha da CloudChef com uma rede de sensores e câmeras que registram milhares de dados ao longo do processo como peso, temperatura e aparência. Por exemplo: o chef coloca azeite numa frigideira, aquece, adiciona cebolas salteando-as até que estejam levemente douradas. Os sensores da CloudChef registram a temperatura do azeite quando as cebolas são adicionadas e as câmeras capturam a cor das cebolas quando o chef passa para o próximo passo. “A ideia é quase que captar a intuição do chef num arquivo codificado” diz o CEO Abraham.
Com a gravação, qualquer pessoa, mesmo sem experiência ou contexto do que está preparando, consegue reproduzir o prato seguindo as instruções do software da CloudChef. Parte do processo, como temperatura e peso, é controlado por automação.
Cada venda tem de 3 a 15% do total revertido em royalties para o chef criador do prato. O objetivo da CloudChef agora é aumentar o número de consumidores, abrir mais 2 ou 3 lojas nos Estados Unidos para, então, abrir franquias do processo de produção. Será possível levar as receitas para qualquer lugar e ainda acrescentar novas. A ideia é vender o impacto trazido pela tecnologia, e não a tecnologia em si, diz Abraham.