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Intenção de consumo das famílias cai em fevereiro de 2025

A intenção de consumo das famílias brasileiras registrou queda de 0,2% em fevereiro de 2025, chegando aos 104,5 pontos, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O índice foi impactado pela redução do consumo de bens duráveis (-1,6% mensal e -4,8% no comparativo anual), interrompendo o crescimento observado desde dezembro de 2024. No comparativo anual, houve queda de 1,1% na intenção de consumo. 

Cautela entre famílias de maior renda 

Os dados revelam uma maior cautela entre as famílias de maior renda, refletindo o cenário econômico desafiador. Tanto as famílias que ganham acima de dez salários mínimos quanto aquelas com rendimentos menores apresentaram queda na intenção de compra, com variação negativa de 0,5% e 0,2%, respectivamente. Além disso, o subindicador “Perspectiva de Consumo” mostrou queda de 2,2% para as famílias de maior renda e de 1% para as de menor renda, apontando um otimismo moderado em relação ao consumo nos próximos três meses. 

De acordo com José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, “as famílias já sentem dificuldade em adquirir bens duráveis neste início de ano. Apesar do cenário desafiador, há um esforço em manter o padrão de consumo. No entanto, o comércio já deve sentir a redução das vendas nos próximos meses”. 

Diferenças de comportamento por gênero 

O estudo também revelou diferenças de comportamento de consumo por gênero. Homens e mulheres demonstraram menor otimismo, com queda na variação anual de intenção de compra de 1,4% entre os homens e de 0,4% entre as mulheres. No entanto, as mulheres mostraram uma melhora na perspectiva de consumo, registrando alta de 1,1% em comparação com fevereiro de 2024, enquanto os homens pontuaram -2,2% no mesmo período. 

Acesso ao crédito e mercado de trabalho 

Outro ponto de destaque foi o acesso ao crédito. Entre as famílias de maior renda, houve uma queda de 0,4% no subindicador “acesso ao crédito”, enquanto as famílias de menor renda registraram um aumento de 0,4%, indicando que a seletividade no crédito está impactando principalmente os consumidores de maior poder aquisitivo. 

Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, explica: “A maioria dos componentes do ICF teve alta, com exceção dos duráveis, que tiveram a maior redução. Isso deixa claro que as famílias sentem o impacto dos juros altos, principalmente os consumidores de maior renda, que estão sendo os mais afetados pela seletividade do crédito.” 

Por outro lado, o mercado de trabalho mostrou sinais de otimismo. O indicador “emprego atual” registrou alta de 0,2%, enquanto a “perspectiva profissional” cresceu 0,4%, marcando o quinto mês consecutivo de aumento. 

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