A inadimplência no Brasil atingiu 13% em 2024, o maior índice da série histórica, enquanto o endividamento das famílias apresentou queda pelo segundo ano consecutivo. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela CNC, revelou que 76,7% das famílias possuíam dívidas em dezembro, contra 77,6% no mesmo período de 2023.
Endividamento em queda, inadimplência em alta
Os dados da Peic indicam que, apesar da leve redução no percentual de famílias endividadas, a inadimplência no Brasil cresceu. O aumento dos juros e da inflação dificultou a quitação das dívidas, afetando principalmente famílias de baixa renda. O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destacou que o impacto desproporcional desses fatores sobre as classes mais vulneráveis reforça a necessidade de políticas de renegociação e educação financeira.
Cenário econômico impacta as famílias
A queda no endividamento pode estar ligada a um comportamento mais cauteloso dos consumidores, devido ao cenário econômico marcado por inflação persistente e taxa Selic elevada, fatores que encarecem o crédito. No entanto, a inadimplência reflete as dificuldades enfrentadas especialmente pelas famílias de baixa renda, que lidam com juros elevados e um custo de vida cada vez mais alto.
Comprometimento da renda e novos prazos
O estudo também revelou que o comprometimento médio da renda com dívidas caiu para 29,8%, o menor percentual desde 2019. Em contrapartida, o prazo médio para quitação das dívidas aumentou para 7,4 meses, indicando que os consumidores estão buscando formas mais flexíveis de pagamento.
Perspectivas para 2025
A inadimplência continuará sendo um desafio, já que o país ainda enfrenta juros elevados e instabilidade econômica. Especialistas apontam que educação financeira e programas de renegociação de dívidas podem ajudar a equilibrar as contas dos consumidores e criar um ambiente econômico mais estável.
O que esse cenário representa para o setor de alimentação fora do lar? Restaurantes e bares podem sentir os impactos da inadimplência no consumo. Quais estratégias podem ser adotadas para enfrentar esse desafio?