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Painéis do segundo dia do 7º RestauraRH

Humanizar para avançar

O segundo dia do RestauraRH começou com o painel Liderança Humanizada, mediado por Simone Galante, fundadora da Galunion Consultoria. Na prática, esse modelo de gestão olha o colaborador em sua integralidade, o que ajuda a estreitar os laços, criando ambientes muito mais saudáveis para o desenvolvimento dos profissionais e, consequentemente, dos negócios. Pesquisa inédita no país, feita pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, em 2019, mostrou que empresas humanizadas chegam a ter um nível de satisfação 240% superior por parte dos clientes e níveis 225% maiores de bem-estar entre os colaboradores.

“Um líder precisa entender seus impactos dentro do ambiente corporativo e compreender que é referência para os demais na empresa. A partir do momento em que a pessoa escolhe estar em uma posição de liderança, precisa se dedicar para assumir o papel de corpo e alma”, afirmou Amanda Camargo, mestre em Gestão de Pessoas, que abriu as apresentações.

Para Samantha Canhedo, gerente de RH da Rede Giraffas, o líder precisa trabalhar e praticar seu autoconhecimento. Segundo ela, os benefícios de uma gestão humanizada são inúmeros, com destaque para o aumento do índice de confiança no trabalho, a diminuição na rotatividade da empresa, o fortalecimento da marca, a melhora no clima organizacional e, consequentemente, o aumento do lucro. “Temos o desafio de desconstruir a ideia de que a liderança humanizada significa ter um líder que não cobra resultados, que está sempre de bom humor e tem uma imagem de herói. A liderança humanizada é um estilo de gestão baseada em resultados e números”, explica a especialista.

Gerente Assistencial do Hospital Vila Nova Star – Rede D’Or São Luiz, Giseli Carvalho, dividiu sua experiência vivenciando a liderança humanizada na prática, principalmente no período de pandemia. “Era a hora do líder estar apto a ouvir os colaboradores para entender o que eles precisavam. Expor a comunicação adaptativa foi extremamente importante. Liderança humanizada é uma filosofia que começa de dentro para fora e é sustentada pelo comprometimento genuíno, de estar presente, de ouvir para proporcionar um bem-estar para todos”, destaca.

Para fechar o encontro, Claudino Sousa, consultor gastronômico e professor da Escola de Gestão e Negócios da Gastronomia, iniciou seu discurso com uma reflexão para os gestores de restaurantes. “Vocês fornecem o básico para a equipe? Só depois de ter a certeza de que sim é que podemos começar a falar sobre liderança em outros níveis”.
De acordo com o especialista, muitos gestores atrelam a melhoria da relação com a equipe à grandes investimentos, quando, na maioria das vezes, está ligada às atitudes. “Liderar e gerenciar é uma atividade social. Quando você toma uma decisão em relação a um colaborador, é preciso saber que vai atingir diretamente a vida de outras pessoas que
dependem dele também”, completou.

Após a fala do consultor, Simone fez suas considerações finais com o aprendizado durante o encontro. “Liderar de forma humana e dinâmica já é um desafio no presencial, que aumentou ainda mais com o trabalho remoto. O aprimoramento contínuo da liderança fica cada vez mais premente nas corporações”, conclui.

Relações trabalhistas

As questões trabalhistas na atualidade, principalmente com o cenário trazido pela pandemia, foram destaques do quarto e último painel do evento. Abrindo o evento, Luis Felipe Batista de Oliveira, diretor de programa da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, destacou a modernização das relações de trabalho no país, acelerada pela pandemia. “Já em 2019, queríamos reforçar políticas inclusivas para os jovens vulneráveis com a MP 905, que não avançou por conta do início da pandemia e tivemos que passar a ser um eixo de proteção dos empregos existentes. Conseguindo instituir o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, pela MP 936, posteriormente renovada pela MP 1045, conseguimos implementar a redução de jornada e suspensão do contrato de trabalho”, explicou.

Dando continuidade à linha de pensamento de Oliveira, Fernando Blower, diretor Executivo da ANR, comentou sobre a relação do segmento de bares e restaurantes com a economia. “Do ponto de vista de empregabilidade, nosso setor tem uma importância fundamental, já que emprega milhares de pessoas, com uma característica especial: em geral é o primeiro emprego”, complementou.

Selma Bovo, gerente de RH do Restaurante Ritz, trouxe para discussão o aumento no número de ações trabalhistas, principalmente na alimentação fora do lar. “No início da pandemia, como a maioria das empresas, tivemos que dispensar alguns funcionários e tínhamos em mãos toda a documentação protocolada e o controle dos processos. Estou trazendo isso para vocês porque é de extrema importância ter o conhecimento de como está a documentação do seu estabelecimento, já que pode servir como segurança e ajudar muito numa futura ação trabalhista”, ressaltou.

Seguindo o painel, Adriana Finkel, diretora de RH do Grupo Ráscal, compartilhou as iniciativas que a empresa colocou em prática durante a pandemia, para evitar demissões e melhorar a relação com os colaboradores.
“O principal motivo do trabalho era o acolhimento dos funcionários naquele momento tão difícil. No início, selecionamos quem estava disposto a trabalhar de forma presencial e, junto com eles, seguimos todos os protocolos do governo. Criamos um comitê que buscava informações com a ANR, com o governo e com a mídia, traduzindo esses dados em ações para que todos pudessem estar mais seguros”, lembrou.

Andrea Carolina da Cunha Tavares, advogada da Dias e Pamplona, aproveitou para reforçar a importância das medidas que foram editadas pelo governo federal. “Penso que o Brasil foi o único país emergente que criou, com rapidez, medidas com grande efetividade e flexibilização enorme para o momento que estávamos vivendo”, comentou. A advogada, que conduziu diversos encontros com associados da ANR para apresentar o cenário pandêmico e o caminho que os responsáveis pelos estabelecimentos poderiam seguir para amenizar esses impactos, trouxe também uma reflexão aos participantes. “Apesar de tudo que possa acontecer com a crise, são os valores da sua empresa que vão ajudar a passar por esses caminhos tortuosos e ter bons resultados no futuro”, disse.

Foto: Amy Hirschi – Unsplash

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