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Nova pesquisa ANR e Galunion aponta alta no fechamento de operações de bares e restaurantes na pandemia

As linhas de crédito e ações do governo não foram suficientes para evitar um forte impacto negativo na alimentação fora do lar. Depois de mais de 100 dias de portas fechadas e uma retomada tímida das atividades, 42% das empresas com mais de uma unidade já fecharam alguma loja. O número foi revelado pela quinta pesquisa da série Covid-19 da ANR e reflete uma alta em relação ao levantamento anterior, quando 35% dos entrevistados afirmavam ter encerrado alguma das operações.

O estudo, que contou novamente com a parceria da consultoria Galunion, especializada no mercado food service, também mostrou que 22% das empresas do setor não vão conseguir resistir à pandemia. Em números absolutos, cerca de 200 mil estabelecimentos devem encerrar definitivamente as operações. Na pesquisa anterior, 15% dos entrevistados afirmaram que não conseguiriam sobreviver à crise.

O fechamento de muitas companhias afeta diretamente os postos de trabalho: 64% já promoveram demissões. Com base nas pesquisas feitas até o momento, a ANR estima que mais de um milhão de trabalhadores já perderam o emprego no segmento em todo o país.

Para o presidente da ANR, Cristiano Melles, as linhas de crédito e a própria lei que permitiu reduzir contratos e suspender jornadas contribuiram para que a situação do segmento não fosse ainda pior. “São importantes medidas, sem dúvida, mas infelizmente não foram suficientes para brecar demissões e até mesmo o fechamento definitivo de muitas empresas, como aponta nossa pesquisa”, disse. Para Melles, o ideal seria um pacote de apoio federal específico para o setor, um dos mais prejudicados com a pandemia, a exemplo do que acontece em países como Estados Unidos ou Inglaterra.

Ainda assim, na visão dele, a reabertura de bares e restaurantes nas principais capitais, mesmo que em horários reduzidos, é um passo importante para a recuperação. “Nós estamos rigorosamente seguindo todos os protocolos para que o cliente retorne com total segurança. Isso é fundamental para avançar de fase em cada estado ou município e ampliar ainda mais os horários”, afirma.

Abertura lenta

Outro dado alarmante do levantamento da ANR em parceria com a Galunion mostra que, mesmo com a possibilidade de abertura em muitos estados, 30% dos estabelecimentos afirmam que seguem fechados. Entre os motivos apontados estão a falta de segurança dos consumidores para voltar a frequentar os estabelecimentos (79%), o horário limitado de funcionamento (59%) e a falta de renda do consumidor (52%).

A pesquisa também quis saber a performance financeira na reabertura comparada com o mesmo período do ano passado (base | julho). Pouco mais de 60% afirmaram que o faturamento não chega a 30% do que há um ano. O percentual chega a 86,5% entre as empresas que afirmam não faturar nem a metade em relação a julho de 2019.

Acesso ao crédito

O crédito passou a chegar a um maior número de empresas no último mês. Pela pesquisa de junho, 76% dos que buscaram novas linhas para financiar  negócio tiveram suas propostas recusadas ou sem resposta. O percentual caiu agora para 50%. Entre aqueles que ainda não conseguiram crédito, as razões mais apontadas são a falta de novas linhas pela instituição financeira (42%), o prazo prolongado de resposta – acima de 30 dias do pedido – (31%), e a falta de garantias (13%). A pesquisa foi realizada com empresas de todo o país entre os dias 27 de julho e 10 de agosto.

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