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Pesquisa ANR: saldo de demissões e preocupação com impostos em atraso

A ANR realizou na última sexta-feira (18) seu último webinar de 2020. O tema do encontro virtual foi a pesquisa da entidade realizada com a consultoria Galunion, especializada no mercado food service, sobre a retomada do setor em meio à pandemia. Fernando Blower, diretor executivo da ANR e presidente do SindRio, e Simone Galante, sócia-fundadora e CEO da Galunion, apresentaram os principais dados do levantamento, feito entre 7 e 27 de novembro, com mais de 500 empresas de todo o país.

De acordo com os dados compartilhados, mesmo com a retomada das atividades, os estabelecimentos ainda enfrentam baixas no faturamento: 27% permanecem com redução de mais de 50% em vendas, comparado com o mesmo período do ano anterior. “A principal dificuldade para a retomada está nos locais onde o movimento de público não voltou, como é o caso de shoppings, redondezas de escritórios, escolas e eventos”, explica Galante.

O faturamento aquém do esperado teve impacto direto nas equipes, com alta no número de demissões. 64% das empresas afirmaram que demitiram na crise. Os cortes alcançaram 37% do total das equipes. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o setor tem um saldo negativo de 236.350 postos de trabalho com carteira assinada em 2020 até setembro. “Os cortes só não foram maiores porque muitas (70%) fizeram o uso da MP 936, hoje Lei 14.020, que permitia a suspensão dos contratos de trabalho ou a redução de jornada/salário”, comentou Blower.

Os efeitos da pandemia foram tão fortes que apenas 36% dos estabelecimentos conseguiram manter sua equipe durante o ano. No entanto, 26% não terão recursos para pagar a folha salarial de novembro e o 13º salário. Do total de entrevistados 58% precisou recorrer ao pedido de crédito durante a crise. “Outro dado preocupante e que irá merecer a atenção dos governos diz respeito aos tributos: 39% afirmaram que estão com pagamentos atrasados. Desse total, 34% irão aguardar opções de parcelamento e outros 31% dizem que conseguirão pagar apenas se
houver descontos, mesmo com o financiamento da dívida”, pontuou Blower.

Com o cenário em ebulição, foi necessário procurar por novas alternativas para manter o negócio de pé. “ Em 2020, o percentual relativo a vendas por delivery foi de 38% no total do faturamento, enquanto o número no ano anterior foi de 27% e a expectativa para 2021 é de 37%”, afirmou Simone.

Quando perguntados sobre as perspectivas de faturamento para 2021, 56% disseram que seria impossível fazer qualquer previsão. “Para o próximo ano, os estabelecimentos precisam avaliar os dados do negócio em 2020, os dados do setor e as tendências, para depois pensar em como gerar receita e dar significado a sua empresa. É importante reunir a equipe certa para analisar o cenário e colocar em prática as ações no período pós-pandemia”, finalizou a consultora.

 

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