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Alimentação atinge o maior patamar em cem anos, relatam ONU e FMI

Após décadas de relativa estabilidade no valor da alimentação e dos insumos, que contribuíram na redução da fome no planeta, relatórios de grandes indicadores internacionais apontam para a maior disparada dos preços nos últimos cem anos. Segundo o índice global de preços da ONU (Organização das Nações Unidas) e a série histórica do FMI (Fundo Monetário Internacional), a alta é reflexo dos gargalos do mercado durante a pandemia, da transformação das economias de países africanos e asiáticos e dos impactos do conflito entre Ucrânia e Rússia na cadeia produtiva.

No Brasil, a guerra foi responsável por encarecer cereais, elevar o custo de óleos e disparar o preço da gasolina em refinarias, revendedoras e postos. Para André Braz, coordenador do Índice de Preços ao consumidor (IPC), ligado ao Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a elevação no preço dos alimentos, assim como no combustível (2,48% em abril), não se trata apenas de uma questão sazonal, ou de um evento pontual na recuperação da economia. Segundo ele, a inflação nesses produtos é sintoma do despreparo do mercado internacional em absorver as novas demandas mundiais e reorganizar seus produtores.

Para José Eustáquio Alves, professor por duas décadas na Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, o preço dos alimentos vem subindo nas últimas décadas devido à transição da economia na Ásia e na África que, historicamente, são regiões que se concentram na produção de comida e insumos agrícolas. Na avaliação do professor e segundo relatório publicado pela FMI em 2011, a alteração de foco econômico nessas regiões, juntamente com o impacto das mudanças climáticas dos últimos anos, tiveram um impacto direto na alimentação de trabalhadores do mundo todo, sobretudo, os mais pobres.

*Com informações da Folha de S.Paulo e Isto É Dinheiro

Foto: Freepik

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